segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

O psicólogo da prisão



Naquele dia foi uma alegria!


Os muros da prisão não tinham mais sentidos, eles podiam até cair.


Cada um devia derrubar os seus muros.


O muro do egoísmo, que o fez matar;


O muro da ambição, que o fez roubar;


O muro da paixão, que o fez violar, e dezenas de outros muros de ódio, de vingança, de inveja, de maldade, de sexualidade.


O Edu então falou:


- Embelezar a prisão foi fácil, nos mesmos demos conta do recado. Mas quebrar os muros da gente e plantar flores por dentro. É fogo!


E é fogo! – Falou Carlão.


Por que nos chamamos alguém?


Algum que entende de gente, e ensine a libertar?


Libertar de si é claro.


E a idéia do Carlão foi aceita. Nos dialogamos, combinamos e chamamos.


Chamamos o doutor Eduardo professor de sociologia, orientador de pedagogia, formado em medicina e especialista em psicologia.


O Eduardo falou, falou, falou, ensinou muitas técnicas, aplicou dinâmica, e por um tempo a coisa melhorou, mas não mudou.


E ele era psicólogo, sociólogo, médico e pedagogo.


Mas nossa vida não mudou, e nos continuamos ainda por muitos meses prisioneiros, prisioneiros, não de prisão, mas de nos mesmos.


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