O psicólogo da prisão
Naquele dia foi uma alegria!
Os muros da prisão não tinham mais sentidos, eles podiam até cair.
Cada um devia derrubar os seus muros.
O muro do egoísmo, que o fez matar;
O muro da ambição, que o fez roubar;
O muro da paixão, que o fez violar, e dezenas de outros muros de ódio, de vingança, de inveja, de maldade, de sexualidade.
O Edu então falou:
- Embelezar a prisão foi fácil, nos mesmos demos conta do recado. Mas quebrar os muros da gente e plantar flores por dentro. É fogo!
E é fogo! – Falou Carlão.
Por que nos chamamos alguém?
Algum que entende de gente, e ensine a libertar?
Libertar de si é claro.
E a idéia do Carlão foi aceita. Nos dialogamos, combinamos e chamamos.
Chamamos o doutor Eduardo professor de sociologia, orientador de pedagogia, formado em medicina e especialista em psicologia.
O Eduardo falou, falou, falou, ensinou muitas técnicas, aplicou dinâmica, e por um tempo a coisa melhorou, mas não mudou.
E ele era psicólogo, sociólogo, médico e pedagogo.
Mas nossa vida não mudou, e nos continuamos ainda por muitos meses prisioneiros, prisioneiros, não de prisão, mas de nos mesmos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário